O 2º Post, que devia ter sido o 1º...

Que falta de educação! Ainda por cima, vinda de mim, que me prezo de ser educado, instruído e exigente: Publiquei um primeiro post sem me apresentar minimamente primeiro.

Cá vai o que há a dizer por agora:

Depois de insistências e desafios, decidi finalmente começar um blog.

Sabendo do gosto que tenho pela escrita, leitura e, dizem, algum jeito para escrever e transmitir sensações, sensualidades e sentimentos, várias pessoas me têm lançado este desafio.

Será um espaço de desabafos, provocações e relatos. Nem sempre óbvios, nem sempre 100% descritivos. Mas sempre de vontades.

Umas vezes de memórias passadas, outras de fantasias presentes e outras ainda de anseios futuros.

E quem sou eu?

Tornei-me num caçador. Quase por acaso, ou talvez não.

Porque fiquei, de repente, um solitário que precisava de preencher um espaço que tinha deixado de existir.

“Preencher” não será a palavra adequada, talvez “substituir” o seja mais.

Comecei a caçar por raiva, porque tinha fome, porque queria vingança, porque queria provar.

Para me afirmar a mim mesmo, talvez, para confirmar um “yes, I can!”.

Comecei por “atirar” a tudo o que mexia.

Algumas vezes quase não valeu o tiro: Demasiado desenxabido;

Outras vezes acabei por ter pena da presa, sem se aperceber que tinha sido apenas isso, uma presa.

E das restantes, felizmente em esmagadora maioria, foi bom, muito bom.

De todas as vezes, valeu a pena.

Bom como experiência.

Bom como treino e afinar de pontaria.

Bom como dose de adrenalina estimulante.

Bom para o ego pelas reacções que fui presenciando.

E bom, pelas amizades, talvez na altura improváveis, que acabaram por ficar, a partir de um acto de luxúria, prazer, desafio, sedução e jogo.

Fui-me refinando. Nos gostos e nas exigências.

Hoje não caço pelo prazer de dar tiros.

Nem por ter mais um troféu de caça. Não quero ocupar espaço de nenhuma espécie com eles.

Hoje caço pelo estimulo que me é dado pela presa.

Hoje a saída para a caça é mais rara. Mas mais intensa.

Instalou-se a admiração pelas congéneres de actividade.

Por quem está à minha altura, por quem tem os predicados de fazer não me importar de me sentir por vezes presa em vez de caçador.

Porque adoro, e me sinto lisonjeado, sentir que alguém ousa comigo, se desinibe, se solta e se aventura. Por vontade e por vontades. Por tesão e por tesões que vão muito além do “foder por foder”.

Porque hoje em dia fodo com corpo e mente. Um corpo bonito não me cativa, por si só.

Tem de ter agarrado uma mente desenvolvida, desafiadora, sexy, ousada, decidida e intensa. À altura.

Porque um “tu matas-me de prazer” é melhor e mais realizador que uma mera ejaculação prazeirosa. Soa, para mim, como uma enorme salva de palmas.

E é isso que me move, as palmas e não os troféus.

Tornei-me num caçador.

Ambiciono um dia deixar de o ser. Ser cativado e cativar uma ultima vez e para sempre.

Não me quero tornar num velho caçador.

Quero abandonar a actividade pela porta grande.

Mas por agora… caço ou espero ser caçado por criaturas realmente capazes de carregar nos botões certos das minhas vontades.

Beijo ousado.