quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Apetece-me...


Apetece-me
Sair daqui para encontrar uma desconhecida,
Alguem de quem só conheça palavras,
uma foto de feições vagas.
Alguem que tenha “sexy” no ser.

Apetece-me
preparar-me para o encontro,
Escolher a roupa para a ocasião,
Imaginar que roupa estará ela a escolher.
Escolher  umas cuecas que lhe agucem o olhar,
Que lhe dêem vontade de tocar antes de mas tirar,
Antecipar qual a lingerie que vai levar.
Pôr aquele perfume que se mistura irresistível com o aroma de mim.
Adivinhar como é o cheiro dela.
Aparar-me com cuidado e imaginar como estará ela depilada.

Apetece-me,
ir numa viagem de quilómetros,
Percorrê-los em estado de erecção,
Imaginar se estará tão excitada como eu,
Sentir gotas gordas a formarem-se,
húmido de desejo em antecipação.
Ir pensando em detalhes:
Na altura dos saltos dela,
Como caminha com eles,
Quão generoso será o decote,
A que altura estará a bainha do vestido.

Apetece-me,
Encontrá-la numa cidade a meio caminho,
Achá-la imediatamente irresistível.
Sentar num sitio publico à volta de uma mesa,
Conversar e prestar atenção à conversa,
Olhar olhos, ver mãos.
Sentir tesão e tentar esconde-la.

Apetece-me,
Ir conversando e,
Imaginar se, quando lhe meter as mãos na perna e subir,
as meias acabarão a meio da coxa.
E antecipar se, quando as meias acabarem,
e continuar a subir por pele quente e sedosa,
encontrarei um novo tecido,
imaginar senti-lo e tentar adivinhar a cor,
Afagá-lo entre os meus dedos e o sexo dela,
numa carícia de pontas de dedos.
Imaginar molhá-los.

Apetece-me,
Deixar lentamente de estar atento às palavras
A pouco e pouco substituí-las das por olhares,
Por linguagem corporal e de mãos.
Não aguentarmos mais e irmos dali.

Apetece-me,
Apanhar-me com ela a sós
E, sem palavras ou com elas fortes de desejo,
descobrir tudo o que tinha tentado adivinhar.
E mais coisas ainda:
Como agarra, como toca, como lambe.
Como beija, como suspira, como se entrega,
Como se mexe em mim.
Como me toma nela.
Como se alegra com o tamanho que me dá.
E como vibra o corpo dela, e o que diz,
Como reage à minha língua, mãos, dedos,
E como se solta quando se vem.
E como goza quando nos vimos.

E apetece-me depois,
retomar a conversa,
E poder satisfazer uma ultima duvida:
Será que também ela, como eu,
enquanto se preparavam para o encontro,
- se excitou e evitou tocar-se?
- Ou se tocou?
- me imaginou nos dedos dela?
- os mascarou de sexo, boca e língua quentes?
E apetece-me que a resposta seja igual à minha,
E fazê-lo, juntos, e um para o outro.

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